Lilypie Kids Birthday tickers

6.10.08

Mães más!

Na semana passada o meu marido chegou do trabalho e trazia duas folhas que a colega Sandrina lhe deu para ler. Depois de ele ler, li eu. Achei engraçado que resolvi escrever aqui.
Percam um pouco do vosso tempo e leiam.

Mães más!

Um dia, quando meus filhos forem crescidos o suficiente para entender a lógica que motiva os pais e mães, eu hei-de dizer-lhes: Eu os amei o suficiente para ter perguntado aonde vão? com quem vão? e a que horas regressarão?. Eu os amei o suficiente para não ter ficado em silêncio e fazer com que vocês soubessem que aquele novo amigo não era boa companhia. Eu os amei o suficiente para os fazer devolverem o lápis do colega, a pagar as balas(bombons) que tiraram do supermercado ou revistas do jornaleiro, e os fazer dizer ao dono: "Nós pegamos isto ontem e queriamos pagar." Eu os amei o suficiente para os deixar assumir a responsabilidade das suas acções, mesmo quando as penalidades eram duras que me partiam o coração. Eu os amei o suficiente para ter ficado em pé junto de vocês, duas horas enquanto limpavam o seu quarto, tarefa que eu teria feito em 15 minutos. Eu os amei o suficiente para os deixar ver, além do amor que sentia por vocês, o desapontamento e também as lágrimas os meus olhos.
Mais do que tudo, eu os amei o suficiente para dizer-lhes "NÃO!" quando eu sabia que vocês poderiam me odiar por isso (e em momentos até odiaram). Estas eram as mais difíceis batalhas de todas. Hoje estou contente porque venci: consegui ajuda-los a se transformarem em adultos prontos para viver em sociedade. E, em qualquer dia, quando meus netos forem crescidos o suficiente para entender a lógica que motiva os pais e mães, quando lhes perguntarem se sua mãe é má, meus filhos irão dizer: "SIM, NOSSA MÃE ERA MÁ. ERA A MÃE MAIS MÁ DO MUNDO..."

As outras crianças comiam doces no café e nós tínhamos que comer cereais, frutas e torradas. As outras crianças bebiam refrigerante e comiam batatas fritas e sorvete no almoço e nós a tínhamos que comer arroz, feijão, carne e legumes. E ela nos obrigava a jantar à mesa, bem diferente das outras mães que deixavam seus filhos comerem vendo televisão. Ela insistia em querer saber onde estávamos (ligava para o nosso celular de madrugada e "fuçava" os nossos e-mail) a toda a hora. Era quase uma prisão. Mamã tinha que saber quem eram nossos amigos e o que fazíamos com eles. Insistia que lhe disséssemos com quem íamos sair, mesmo que demorássemos uma hora ou menos.
Nós tínhamos vergonha de admitir, mas ela "violava as leis do trabalho infantil", nós tínhamos que tirar a louça da mesa, arrumar as bagunças, esvaziar a lixeira e fazer todo o tipo de trabalho que achávamos cruel. Ela insistia sempre connosco para que lhe disséssemos sempre a verdade e apenas a verdade. E quando éramos adolescentes, ela conseguia até ler os pensamentos.
Nossa vida era mesmo chata. Ela não deixava os nossos amigos tocarem a buzina para que saíssemos: tinham que subir, bater à porta, para ela os conhecer. Enquanto todos podiam voltar tarde à noite, com 12 anos, tivemos que esperar pelos 16 para poder chegar um pouco mais tarde, e aquela chata levantava para saber se a festa foi boa (só para ver como estávamos ao voltar). Chave de casa? Só quando provamos que éramos suficientemente responsáveis par ter uma. Se precisasse, ela ia nos buscar onde fosse e a qualquer hora (mesmo morrendo de medo), só para não termos que vir com um amigo bêbado dirigindo o carro.
Por causa de nossa mãe nós perdemos "intensas" e "emocionantes" experiências na adolescência. Nenhum de nós esteve envolvido com drogas, em roubo, em actos de vandalismo, em violação de propriedade, nem fomos presos por nenhum crime. TUDO POR CAUSA DELA! Agora que já somos adultos, honestos e educados, estamos a fazer o nosso "melhor" para sermos "PAIS MAUS, como nossa mãe foi connosco".

Eu acho que este é um dos males do mundo de hoje: não há suficientes MÃES MÁS.


Espero que tenham gostado!
O mundo está a precisar de alguns pais e mães maus...

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